Dutch Schultz não era holandês, era alemão, e o seu sobrenome não era Schultz, era Flegenheimer. O pai tinha um bar e um estábulo no chamado Harlem Judeu, mas abandonou a família em 1916 e isso bastou para o filho Arthur. Aos 16 anos, depois de sair da cadeia após 18 meses de prisão por furto e arrombamento, tomou emprestado o nome de um membro lendário da antiga quadrilha Frog Hollow e dedicou-se inteiramente aos negócios.
Data de Nascimento: 6 de agosto de 1902, New York
Morreu em: 24 de outubro de 1935, New York
Apelidos: Dutch (o holandês), porém era alemão
Associações: Arnold Rothstein, Lucky Luciano, Frank Costello, Meyer Lansky, Bugsy Siegel e Jack Legs Diamond.
No submundo de Nova York
Certa vez uma dançarina disse que ele se parecia com Bing Crosby [ator e cantor norte-americano] com o rosto esmurrado. Sem dúvida “Dutch” não era nenhuma beldade, mas nem precisava. Em meados da década de 1920, depois de pegar carona nos caminhões de bebidas de Arnold Rothstein, montou a quadrilha mais dura de Nova York, que operava principalmente no Bronx.
Vendiam proteção a alguns dos restaurantes mais chiques da cidade. Estavam no negócio das maquinas caça-níqueis e loterias ilegais, bebidas destiladas, restaurantes, sindicatos, jogatina e armação de todas as corridas de cavalos e lutas de boxe possíveis. No começo da década de 1930, dizia-se que “Dutch”, que tinha fama de durão, ganhava uns vinte milhões de dólares por ano.
Ele não chegou ao topo com sutilezas. Simplesmente surrava e matava quem se pusesse no seu caminho. Acabou com a concorrência à força; por exemplo, assumiu a loteria ilegal simplesmente marcando uma reunião, pondo o 45 na mesa e dizendo: “Sou seu sócio”.
Quando “Legs” Diamond teve de sair de Nova York depois de matar um bêbado, “Dutch” assumiu seus caminhões de bebidas e quando Legs fez objeção, mandou matá-lo.
Evitava a prisão como todos os outros, subornando a polícia e oferecendo fundos de campanha e votos a todos os políticos importantes, principalmente o procurador do distrito, William Copeland Dodge. Mas, aos poucos, um laço de processos foi instalado em torno do seu pescoço.
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Acusações
Em 1933, ele escapou da acusação de evasão fiscal em Siracusa, mas em 1935 teve de enfrenta-la outra, dessa vez montada pelo promotor especial Thomas Dewey. Os advogados acabaram conseguindo julgamento para uma cidadezinha do norte do estado, mas nas palavras de Lucky Luciano o consenso foi que “o falastrão não volta nunca mais”.
Entretanto, antes do julgamento Schultz passou meses na minúscula Malone, no estado de Nova York, “proseando” com os habitantes, vestindo-se modestamente e até se convertendo ao catolicismo na igrejinha da cidade. Quando saiu, disse aos repórteres: “Esse mundo duro não é lugar para burros. E podem dizer àqueles espertinhos de Nova York que o ‘holandês’ não é burro. ”
Mas os “espertinhos de Nova York “não queriam mais ‘o holandês’ no seu território. Fiorello La Guardia, que sucedera a Jimmy Walker como prefeito de Nova York, mandou um recado para que ele não voltasse e começou, literalmente, a quebrar o seu império do jogo: deixou-se fotografar em barcaças atingindo com uma marreta os caça-níqueis de “Dutch”. Thomas Dewey começou a preparar outro processo, dessa vez contra a venda de proteção a restaurantes. A operação começou a fazer agua quando outras quadrilhas começaram a operar.
Morte
Ele se exilou em Newark, no estado de Nova Jersey, onde estabeleceu o seu quartel-general em um restaurante chamado Palace Chop House. Então, em algum momento do final do outono de 1935, depois de matar um dos seus lugares-tenentes por conspirar com Luciano, ele pediu uma reunião do Sindicato do Crime organizado e exigiu a cabeça de Thomas Dewey.
O Sindicato se recusou: ele era importante demais. “Dutch” então disse que mataria Dewey pessoalmente, e assim assinou a própria pena de morte. Em outubro de, junto com seus lugares-tenentes, foi alvejado no Palace Chop House por assassinos da Murder Incorporated. Tinha 33 anos.
Falem sobre o Bumpy Johnson.
Claro Gian, com certeza! Obrigado Amigo.