A Comissão é o órgão governador da Máfia americana, formada em 1931. Ela substituiu o título de “Chefe de todos os chefes”, governando um comitê que consistia nas cinco famílias nova-iorquinas de chefes e o chefe do Chicago Outfit. A última reunião conhecida que a Comissão organizou com todos foi em novembro de 1985.
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Situação Pré-Comissão
Com a atenção de todos, até o mais alto nível nacional, voltada para a bebida, a máfia pôde praticamente continuar com os seus negócios de sempre, espalhando seus tentáculos cada vez mais a fundo nos sindicados, na construção civil, na proteção e, pela primeira vez, nas drogas. Havia pouquíssimas interferência pela polícia.
Na verdade, a única ameaça real vinha de outras quadrilhas, de concorrentes à boca livre que era a Lei Seca. Regularmente, sequestravam-se caminhões, roubavam-se carregamentos, invadiam-se territórios. A final toda estavam atrais de grandes prêmios, e havia muitos bandidos jovem atrás de um quinhão maior de lucros.
Simplesmente não havia nenhuma disciplina e, quanto maior os casos, piorava para os negócios cotidianos, já que tanto a polícia quanto os políticos eram obrigados pelo dever a sentar-se e prestar pelo menos alguma atenção.
Foi por causa disso que Luciano e Lansky, juntamente com o amigo Vito Genovese, decidiram iniciar uma estratégia com vistas a pôr sob comando unificado as belicosas quadrilhas de gângsteres de nova York.
Mais ante tinha de criar uma base de poder própria que conseguisse levar à mesa de negociações. Provavelmente Lansky já tinha respaldo suficiente como manipulador de bastidores para trazer as gangues judias. Mas Luciano precisava garantir os sicilianos.
Joe Masseria Vs Salvatore Maranzano
Antes de a Comissão ser formada, as criminosas famílias da máfia americana estavam sob controle de um homem conhecido como “capo di tutti capi (“chefe de todos os chefes”, ou literalmente, “cabeça de todas as cabeças”). Esse homem exercia grande poder sobre todos os seus chefes, levando a conflitos e guerras.
Em 1929, dois Boss da máfia “á moda antiga”, Joe “The Boss” Masseria e Salvatore “The Duke” Maranzano, lutaram pelo título na Guerra Castellammarese.
Sempre tinham sido rivais, e Luciano, como soldado ou talvez “consilgiere” de Masseria, logo se viu, inevitavelmente, envolvido. Apesar de todo e seu status, ou talvez por causa dele, Maranzano decidi lhe dar uma ligação à moda antiga siciliana e induzi-lo a trocar de lado.
Luciano foi aprisionado, pendurado no teto pelos polegares e depois torturado. O próprio Maranzano cortou-lhe o rosto com uma faca, ferida que precisou de 55 pontos e deixou um lado com o rosto permanente caído. Ele teve sorte de sobreviver.
Finalmente foi solto, mas nesta altura Maranzano cobrara seu preço: o assassinato de Masseria em troca do posto número dois da família Maranzano.
Masseria foi assassinado no dia 15 de abril de 1931, no meio de um jantar em um restaurante de Coney Island, permitindo assim que Maranzano assumisse o título de capo di tutti capi. Maranzano começou a dividir todas as gangues nacionais em diversas famílias criminosas.
Mas Luciano, Lansky e Vito Genovese tinham outras ideas, junto decidiram que Maranzano teria de ser removido.
No dia 10 de setembro de 1931, quatros homens, fingindo ser fiscais da receita federal, chegaram ao quartel-general de Maranzano, na Park Avenue, e exigiram ver o chefe e os livros. Maranzano moreu com facadas e tiros no seu escritorio.
A formação da Comissão
Depois do assassinato de Maranzano, as famílias da máfia convocaram uma reunião em Chicago. A proposta era substituir o antigo regime da máfia siciliana de “chefe de todos os chefes” e estabelecer um consenso entre as famílias criminosas. Charles Luciano estabeleceu um conselho administrativo da máfia que seria conhecido como “A Comissão” para vigiar todas as atividades nos Estados Unidos e para servir de mediadores perante conflitos entre as famílias.
A Comissão consistia em sete famílias-chefe: os líderes das cinco famílias de Nova York: Charles “Lucky” Luciano, Vincent Magano, Tommy Gagliano, Joseph Bonanno e Joe Profaci; o chefe do Chicago Outfit, Al Capone; e o chefe da família de Buffalo, Stefano Magaddino. Charles Luciano foi apontado como o presidente. A Comissão concordou em organizar reuniões a cada cinco anos ou quando eles precisassem discutir problemas entre as famílias.
O poder da Comissão
A Comissão detinha o poder de aprovar um novo chefe antes que ele pudesse assumir oficialmente. As cinco famílias de Nova York também decidiram que os nomes de todos os novos membros propostos deveriam ser aprovados por outras famílias. Depois que o novo membro proposto era aprovado pelas outras famílias, ele poderia se tornar um homem feito.
Ainda permitia que os gângsters judeus Meyer Lansky, Bugsy Siegel, Louis “Lepke” Bbuchalter, Dutch Schultz e Abner “Longie” Zwillman trabalhassem junto com eles e também participar em algumas reuniões. Em 1935, Dutch Schultz questionou a autoridade da Comissão quando ele quis que o promotor Thomas Dewey fosse assassinado. Em vez disso, a Comissão decidiu matar Schultz em 23 de outubro de 1935. A Comissão usava a Murder Inc. de Louis Buchalter para acabar com quaisquer rivais de sua autoridade.
Em 1936, Charles “Lucky” Luciano foi preso, o que permitiu que os chefes Vincent Mangano, Joe Profaci, Joseph Bonanno, Tommy Gagliano, e Stefano Magaddino assumissem o controle da Comissão. Os cinco chefes eram todos da “facção conservadora” da Comissão e acreditavam nas tradições sicilianas para a máfia americana. A facção então elegeu Vincent Mangano como seu novo presidente e Joe Profaci se tornou o secretário da Comissão.
Em 1946, a Conferência de Havana foi organizada por Charles Luciano para discutir com a Comissão o futuro da máfia americana.
A Comissão decidiu na reunião que Luciano iria continuar a liderar o órgão, que a máfia americana começaria a ficar mais ativa no tráfico de narcóticos e que Bugsy Siegel seria morto por desviar dinheiro do Flamingo Hotel em Las Vegas.
Em 1951, o líder da facção conservadora, Vincent Mangano, desapareu e Albert Anastasia se uniu com os membros da “facção americana liberal” Frank Costello e Tommy Lucchese. O poder da Comissão alternou-se de “facção siciliana conservadora” para “facção americana liberal”.
Em 1951, na Reunião de Apalachin, a Comissão decidiu que mais dois chefes, Angelo “Gentle Don” Brun, da família criminosa da Filadélfia, e Joseph “Joe Z.” Zerilli, da Parceria de Detroit, iriam receber uma cadeira na Comissão. Jack Dragna, chefe da família criminosa de Los Angeles por 25 anos, também recebeu uma cadeira na Comissão Nacional. Desde a morte de Dragna, em 1956, a família criminosa de Los Angeles tem sido representada pelo Chicago Outfit.
A Comissão hoje
Ainda há relatos de que a Comissão existe nos dias de hoje, apesar de que é apenas filiada pelos chefes das cinco famílias de Nova York e pela Chicago Outfit. Suas atividades recuaram da vista do público como uma questão de necessidade, como boa parte da máfia no geral. Os chefes das cinco famílias de Nova York não se encontram desde que Paul Castellano foi morto em 1985, por causa de um maior controle de aplicação das leis.
A Comissão não se encontra mais como um todo, mas eles ainda aprovam ações majoritárias. Pequenas reuniões entre dois (ou mais) chefes ainda acontecem. Em 2000, representantes das cinco famílias de Nova York chegaram a se encontrar: três chefes, um consigliere e um membro do painel de decisões de Genovese. Em vez de uma reunião entre os chefes, subordinados como subchefes ou capitães se encontram secretamente para discutir negócios e administração.
Histórico de liderança e Presidência da Comissão
Não havia um “governante” da Comissão, mas era nominado um Presidente ou Cabeça da Comissão Nacional. Isso era usado como uma substituição do capo di tutti capi, como tinha as conotações do antigo sistema de governo de um homem de Mustache Pete (Os membros mais proeminentes deste grupo foram Joe “o chefe” Masseria e Salvatore Maranzano).
- 1931–1936 – Charles “Lucky” Luciano – preso em 1936 e depois deportado em 1946;
- 1936–1951 – Vincent “The Executioner” Mangano – era o “Porta-Voz” da Facção conservadora, desapareceu em abril de 1951;
- 1951–1957 – Painel de decisões – Frank “the Prime Minister” Costello (Facção liberal), Joseph “Joe Bananas” Bonanno (facção conservadora);
- 1957–1959 – Vito “Don Vitone” Genovese – liderou a facção liberal junto com Tommy Lucchese e Carlo Gambino. Ele foi preso em 1959 e morreu em 14 de fevereiro de 1969;
- 1959–1976 – Carlo “The Godfather” Gambino – aliou-se com Tommy Lucchese e aposentou Frank Costello. Ele morreu em 15 de outubro de 1976;
- 1976–1985 – Paul “Big Paul” Castellano – assassinado em 16 de dezembro de 1985;
- 1985 – Depois do Caso da Comissão, foi decidido que a Comissão não iria mais se reunir como um grupo. Em substituição, membros da Comissão votariam e mandariam mensagens a outros chefes de família a respeito de assuntos da Comissão;
- Não oficial 1986–1992 – John “Dapper Don” Gotti – preso em 1992 e morreu em 10 de junho de 2002;
- Não oficial 1992–1997 – Vincent “Chin” Gigante – preso em 1997 e morreu em 19 de dezembro de 2005;
- Não oficial 2000–2003 – Joseph “Big Joey” Massino – preso em 2003. Em 2004, se tornou uma testemunha do governo.
Famílias com cadeiras na Comissão
- Genovese (1931–presente);
- Gambino (1931–presente);
- Lucchese (1931–presente);
- Chicago Outfit (1931–presente), às vezes representada pela família Genovese;
- Bonanno (1931–anos 70; anos 90–presente);
- Colombo (1931–anos 90; anos 2000–presente).
Famílias representadas pela família Genovese
- Família criminosa de Buffalo – teve uma cadeira de 1931 a 1974;
- Família criminosa da Filadélfia – teve uma cadeira de 1961 a 1980;
- Parceria de Detroit – teve uma cadeira de 1961 a 1977;
- Família criminosa De Cavalcante (Nova Jersey);
- Família criminosa Patriarca (Nova Inglaterra);
- Família criminosa de Pitsburgo;
- Família criminosa de Cleveland;
- Família criminosa de Nova Orleans.
Famílias representadas por Chicago Outfit
- Família criminosa Milwaukee;
- Família criminosa da cidade de Kansas;
- Família criminosa de São Louis;
- Família criminosa Trafficante (Tampa);
- Família criminosa de Los Angeles;
- Família criminosa de São Francisco;
- Família criminosa de San Jose.
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Gostaria de saber mais sobre a família De Cavalcante.
Então Andre, como brevemente introduzido no artigo “As 7 famílias mafiosas mais poderosas nos Estados Unidos”, a Família DeCavalcante exerceu sua autoridade sobre todo o Norte do Estado de New Jersey, na região do Hudson County, bem como na cidade de Newark.
Os DeCavalcante estiveram em conexão com a maioria das cinco famílias da Máfia de Nova York e de Filadélfia.
As Origens da organização remontam a Simone DeCavalcante, um homem de honra da “velha escola” diplomático e refinado. Sam, assim era chamado pelos seus círculos mais estreitos de amigos, teve sua carreira de gangster focada em jogos de azar, assassinato e extorsão por parte de sua vida, aliais controlar o 90% de todas as lojas de pornografia de Nova York.
O respeito por ele subiu enormemente quando ganhou um lugar na “Comissão”; muitas das regras aprovadas por “Sam” ainda se aplicam na Cosa Nostra de hoje.
Talvez o fato mais relevante na línea do tempo da Família DeCavalcante, foi o assassinato de Fred Weiss, um jornalista e um empresário, o qual tinha como seu maior desejo se associar a alguns grupos conhecidos da Máfia, no especifico os Gambino e os DeCavalcante.
Juntos eles compraram uma ferrovia abandonada em Staten Island, que acabou sendo usada como aterro para resíduos médicos, incluindo pedaços de corpos humanos de um hospital próximo, que logo infectados grande parte da população local. Vixe!!!
Em junho de 1989, Fred Weiss foi condenado por vários crimes, pelos quais teria sido condenado a muitos anos de prisão. Como Weiss sabia profundamente muitos dos segredos da família DeCavalcante, da Família Gambino e de seu poderoso chefe, John Gotti ordenou logo seu assassinato, temendo que Weiss acabaria por confessar na esperança de obter uma redução de pena.
Para realizar o assassinato, Gotti virou-se para John Riggi, Boss da família DeCavalcante, afirmando que Weiss estava mais associado a seu clã e que era tarefa dele assassiná-lo. Por seu lado, os DeCavalcante ficariam muito felizes de agradar o poderoso Gotti. Claro!
Após este crime, a família DeCavalcante, antes muitas vezes ridicularizada e pouco considerada, finalmente ganhou o respeito cobiçado por outras máfias.
Mas sua fama não durou muito tempo! Nos anos 2000, o FBI começou a investigar pesado sobre os negócios ilegais da Família, e com ajuda de vários membros arrependidos do clã, a família começou a desmoronar, em poucos anos foram pegos praticamente todos os membros da família.
A série Os Sopranos foi inspirada principalmente pela família do crime DeCavalcante.