Carlo Gambino foi um chefe discreto da máfia, que tinha mais poder que o prefeito, e foi essa característica reservada que o ajudou a tornar-se um dos chefes da máfia mais fortes de todos os tempos.
Data de Nascimento: 24 de agosto de 1902, Palermo, Sicília, Itália
Morreu em: 15 de outubro de 1976, Massapequa, New York
Apelido: “Don Carlo”, “The Godfather”
Associações: Vincent Mangano, Vito Genovese, a Commisão, John Gotti, Família Gambino
Em 1921, em seus tenros 19 anos, Carlo já era um homem feito, e foi logo depois disso que ele foi para os Estados Unidos como um imigrante ilegal a bordo de um barco de transporte.
A guerra Castellammarese
A guerra Castellammarese esculpiu a forma de como sairia a máfia na América; Joe, o Chefe e Salvatore Maranzano, que eram dois chefes das antigas, estavam lutando pelo poder por quase quatro anos, devastando as operações da era da proibição e das confusões na rua que as cinco famílias nova-iorquinas controlavam juntamente com grupos criminosos irlandeses e judeus. A guerra estava derramando muito sangue e colocando a máfia cada vez mais sob os holofotes. Lucky Luciano e Young Turks decidiram colocar um fim à guerra, criaram e organizaram um Sindicato Nacional do Crime. Lucky deu a Gambino a opção de juntar-se a ele e ajudá-lo a acabar com ambos os chefes, Carlo concordou e essa decisão, e ajudou-lhe a subir pelos rankings.
Depois da morte de Joe, o Chefe e a morte tardia de Sal Maranzano, foi oferecida a Gambino a posição de segundo em comando de Vincent Mangano (em breve, Albert Anastasia).
Carlo, o homem de família
Diziam que Carlo era um grande homem de família, mas nem mesmo isso poderia conter seu entusiasmo por dinheiro e poder. Em 1926 ele casou com sua primeira prima, Catherine Castellano, e juntos tiveram três filhos e uma filha. O nome dos filhos eram Thomas, Joseph e Carlo, sua filha se chama Phyllis Sinatra.
O grande senhor executor
Naquela época, Albert Anastasia era um dos mais poderosos e violentos mafiosos de seu tempo. Depois que seu relacionamento com o chefe da máfia Mangano lentamente ruiu, ele decidiu acabar com o chefe e seu irmão. Anastasia era o cofundador da Murder, Inc. que era responsável por até 1.000 mortes e trabalhou como o braço executor da máfia.
Carlo manteve-se como o segundo em comando quando Anastasia assumiu o comando, mas Gambino sabia que ele não conseguiria chegar no topo através da sucessão natural, já que ele e Anastasia estavam ambos em seus 50 anos.
Anastasia também estava abusando de seu poder, e o número de mortos logo acumulou.
Gambino e Vito Genovese não se davam muito bem com Anastasia, então eles se juntaram para tramar um golpe contra ele. A ideia era que Vito acabasse com a família Costello enquanto Gambino acabaria com a família Anastasia, e nessa parceria eles derrubaram ambas as famílias.
Um golpe falho em Frank Costello (por Vincent Gigante) fez Costello renunciar e entregar a família a Genovese, enquanto o assassinato de Albert Anastasia entregou essa família para Carlo Gambino.
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Chefe dos chefes
Carlo Gambino expandiu seus contrabandos por todo o país nos anos 1960. Novos contrabandos de Gambino foram criados em Nova York, Chicago, Los Angeles, Miami, Boston, São Francisco e Las Vegas.
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A família do crime cresceu tanto que logo se tronou uma das maiores e mais poderosas famílias nos EUA.
Entretanto, Gambino era contra qualquer tipo de negociação envolvendo narcóticos. Ele afirmava ao dizer:
“Heroína e cocaína são altamente lucráveis, mas eram perigosas, e poderiam atrair atenção. A punição por tráfico de drogas é a morte.”
Em 1962, seu filho mais velho, Thomas Gambino, casou-se com a filha do chefe da máfia Gaetano Lucchese, o novo chefe da família criminosa Gagliano, que havia sido rebatizada de Família Criminosa Lucchese. Isso iria fortalecer a posição de poder já alta de Gambino conforme ele iria se tornar um parceiro mais próximo a Lucchese.
Já foi alegado que Carlo Gambino já deu pessoalmente a Lucchese 30 mil dólares como um “presente de boas vindas” e em retorno, Lucchese incluiu Gambino nos tráficos nos aeroportos que já estavam sob controle de Lucchese, especialmente o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, onde todas as associações, gerenciamento e segurança eram controladas pelo próprio Lucchese.
Em meados dos anos 1960, Lucchese morreu e Joe Bonanno foi forçado a se aposentar (a ele foi oferecida a chance de se aposentar da Comissão ou ter um contrato pela sua cabeça). Isso impulsionou Carlo a ser o chefe dos chefes, mesmo que isso já tenha sido traçado anos antes da nova estrutura da Mafia.
O incidente de Carmine “Mimi” Scialo
Respeito era um fator importante para a máfia, especialmente se você era um soldado de rua falando com o chefe da máfia de sua família ou de outra família. Infelizmente para Carmine Scialo, que era um soldado na família Colombo, isso não se aplicava.
Scialo se tornaria barulhento e francamente sincero sob a influência do álcool. Ele iria desrespeitar qualquer superior e em um incidente ele passou dos limites.
Esse dia foi em outubro de 1974 quando Scialo estava bebendo em um restaurante italiano local. Carlo Gambino também estava no mesmo lugar. Sicalo viu Carlo Gambino e começou a insultá-lo, gritando asneiras e assediando o chefe dos chefes.
Gambino, de maneira discreta, manteve a calma, olhou para Scialo, mas não disse uma palavra. Scialo eventualmente foi levado para fora por outros soldados Colombo.
O corpo de Scialo logo foi encontrado no Otto’s Social Club em South Brooklyn revestido pelo cimento no chão.
O esquadrão do FBI de Gambino
A casa de Gambino, localizada no Ocean Parkway, estava sob vigilância 24 horas pelo esquadrão da máfia do FBI. Entretanto, Gambino, sempre sendo discreto, encontrou outras formas de agir sem vazar informações.
Apesar das câmeras, especialistas em leitura labial e equipamentos de áudio, o esquadrão não conseguia conectar Gambino a crime algum.
De acordo com os oficiais do FBI, uma vez eles conseguiram gravar uma reunião entre Aniello Dellacroce, Joseph Biondo e Carlo Gambino, onde Biondo tinha acabado de dizer: “Pernas de sapo”, e Carlo Gambino simplesmente assentiu com a cabeça. Isso era outra forma de autorizar um ataque a alguém.
Morte
Carlo Gambino gerava para a família cerca de 500 milhões de dólares ao ano, assentiu diversos ataques combinados, comandou a família com pulso de ferro por quase 20 anos e nunca recebeu um atentado contra sua vida.
Ele morreu de infarto em 15 de outubro de 1976 enquanto estava assistindo seus amados Yankees de Nova York em sua casa em Massapequa. Foi dito que em seu funeral apareceram cerca de 2.000 pessoas, incluindo oficiais de polícia, juízes e políticos.
Don Carlo Gambino foi, na minha opinião, o maior chefe da Família Gambino em todos os tempos. Comandou a Família com mão de ferro e com extrema capacidade durante quase vinte anos. Não foi à toa que o próprio Lucky Luciano disse a seu respeito: “Um dia, Gambino vai se tornar dono de tudo isso nos Estados Unidos.” Os Dons que vieram depois dele, não tinham a mesma capacidade de liderança e carisma.
Na minha opinião, Dom Carlo Gambino foi um dos chefes mais inteligentes. O que eu acho mais fascinante é que apesar de todo o poder e dinheiro que ele tinha, mesmo assim, ele conseguiu ser discreto e morrer de causas naturais, uma coisa que não é comum pra quem é envolvido na “malavita”.