A Biografia de Don Vito Corleone

Vito Andolini, então chamado Vito Corleone (Corleone, 07 de dezembro de 1891 – Nova Iorque, 29 de julho, 1955), é um personagem fictício de The Godfather, 1969 romance de Mario Puzo.

Revista Premiere elegeu Vito Corleone como “o maior personagem na história do cinema.” Ele também foi escolhido da Empire Magazine como o 53 maior personagem de filmes de todos os tempos.

No primeiro filme, Don Vito Corleone foi interpretado por Marlon Brando. Embora composto por características de muitos gangsters, o personagem Vito Corleone é baseado amplamente em Frank Costello e em Carlo Gambino. Como Costello, Vito tem uma voz rouca, tem em sua folha de pagamento políticos e juízes, desencoraja outras pessoas ao infiltrar-se no tráfico de drogas, e tem muitos interesses em jogos. Como Gambino, Vito é muito astuto.

No romance de Puzo, Vito é o chefe da família criminosa Corleone, a família da Máfia mais poderosa da área de Nova York, senão do país inteiro. Ele é retratado como um imigrante italiano ambicioso que se muda para Hell’s Kitchen e constrói um império da Máfia, ainda que retivesse (e se aderisse estreitamente ao) seu próprio código de honra pessoal. Seu filho mais novo, Michael Corleone, torna-se o Don após a sua morte, ao fim do romance. Ele tem ainda outros dois filhos, Santino Corleone (o “Sonny”) e Fredo Corleone, e uma filha, Connie Corleone, todos os quais desempenham papéis importante na história. Ele também adotou outro filho informalmente, Tom Hagen, que cresceu para tornar-se o consigliere da família.

Primeiros anos de vida

Na cronologia da saga O Poderoso Chefão, Vito aparece pela primeira vez em 1901 como um jovem garoto na cidadezinha siciliana de Corleone. Conforme o documentado no romance, (e em O Poderoso Chefão Parte 2), seu pai, Antonio Andolini, é assassinado pelo chefe local da Máfia, por ter-se recusado a pagar o tributo a ele. Seu irmão mais velho, Paolo, jura vingança, mas é logo depois assassinado. Eventualmente, os capangas de Ciccio vão à residência dos Andolini para levar Vito à força e matá-lo. Desesperada, Signora Andolini leva seu filho para ter com o chefe da máfia, ela mesma.

Imigração para a América

Quando a mãe de Vito vai se encontrar com Don Ciccio, implora a ele para que poupasse Vito. No entanto, Ciccio se nega a tal, alegando que Vito também buscaria a vingança, quando crescesse. Sob a negação de Ciccio, Signora Andolini põe uma faca na garganta de Ciccio, permitindo que seu filho escape, mas é então assassinada pelos guardas de Ciccio. (No romance, ela sobrevive a ter levado um tiro, e depois se une novamente a seu filho na Sicília, muitos anos mais tarde.) Mais tarde naquela noite, ele é contrabandeada para longe, fugindo da Sicília para buscar abrigo na América em um navio cargueiro cheio de imigrantes. No romance, ele deliberadamente muda seu nome para Corleone, homenageando sua terra natal.

No filme contudo, ocorre que ele foi renomeado para “Vito Corleone” porque os trabalhadores da imigração em Ellis Island confundem “Andolini” por seu nome do meio e o nome de sua cidade por seu sobrenome. De acordo com O Poderoso Chefão: Parte II, ele depois adotara o nome do meio “Andolini” a fim de reconhecer sua herdade, embora isso pudesse ter sido feito de maneira póstuma por sua família.

Adotado pela família Abbandando

Corleone depois é adotado pela família Abbandando na Cidade de N.Y. Hell’ s Kitchen, em Manhattan, e se torna amigo de seu filho, Genco, que fica sendo considerado um irmão para ele. Corleone começa a pôr em prática uma vida honesta na mercearia da Abbandando, na Nona Avenida, porém perde seu emprego, pois um Abbandando fora forçado por intimidação a disparar tiros contra Vito, para abrir espaço para o sobrinho de Don Fanucci, um membro do grupo Mão Negra, e padrone da vizinhança local.

Corleone logo aprende a sobreviver e prosperar através de pequenos crimes e de prestar favores em troca de lealdade. Durante esse tempo, ele também faz amizade com outros capangas de baixo nível, Peter Clemenza e Salvatore Tessio. Em 1919, ele comete seu primeiro assassinato, mantando Fanucci, que havia tentado extorquir dinheiro dele. Corleone escolhe o dia de um grande festival para espiar Fanucci a partir dos telhados, enquanto Fanucci ia para casa, e surpreende-o à porta de seu apartamento. Ele atira por três vezes em Fanucci, enquanto o barulho do festival enxugava o barulho dos tiros.

Ascensão como um importador de azeite

Enquanto era jovem, Corleone começou um empreendimento de azeite, Genco Pura (conhecido simplesmente como Azeite Genco, nos filmes) junto de seu amigo Genco Abbandando. A empresa eventualmente torna-se a maior importadora de azeite da nação. Ao longo dos anos, ele a usa como um fronte legal para seu sindicato do crime organizado, ao passo em que ia acumulando uma fortuna com suas operações ilegais. Em 1925, ele retorna à Sicília pela primeira vez desde que a havia deixado, 24 anos antes.

Ele e seu parceiro, Don Tommasino, então, marcam uma reunião com o já idoso Don Ciccio, na qual ele mata-o escavando-lhe a barriga e, dessa maneira, vingando seu pai, sua mãe e seu irmão assassinados.

O Crime Organizado

No início dos anos 1930, Vito Corleone organizou suas operações ilegais como “a família criminal Corleone”. Genco Abbandando se torna seu consigliere, ou conselheiro, com Clemenza e Tessio como regentes capo.

Posteriormente, seu filho Sonny torna-se capo também, e eventualmente seu sub-chefe. Por volta de 1939, ele move sua base de operações para Long Beach, em Long Island. Enquanto supervisiona um negócio que arrimava-se em jogos de azar, contrabando e corrupção na união (ou seja, na confederação nacional), ele é conhecido como alguém gentil e generoso, que vive por meio de um rigoroso código moral de lealdade para com os amigos e, acima de tudo, para com a família. Ao mesmo tempo, ele é conhecido como um tradicionalista que exige respeito compatível ao seu status.

Com o passar do tempo (no romance e no filme), mesmo seus amigos mais chegados: Genco, Pete e Salnever passam a chamá-lo de “Vito”, mas também de “Padrinho” ou ainda de “Don Corleone, o Poderoso Chefão”. Tanto no livro como na primeira cena do primeiro “O Poderoso Chefão”, ele castiga seu ex-amigo, o administrador funerário Bonasera, por não ir a ele primeiro após ter sua filha espancada – e, antes, ter ido à polícia. Embora tivesse a reputação de ser cruel, ele discordava de muitos dos crimes violentos executados pelas gangues e, portanto, busca ter o domínio do crime em Nova York, quer por definhar, quer por eliminar gangues rivais. Em meados da década de 1920, Vito conhece a Hyman Roth (baseado no gangster judeu da vida real, Meyer Lansky), que pretendia usar os caminhões de Vito para sua própria operação de contrabando. Vito aceita essa oferta, e os dois tornam-se aliados por muitos anos.

Veja Também: 5 Histórias reais por trás do O Poderoso Chefão II

A Tentativa de Homicídio

Em 1945, Corleone é quase morto quando se recusa ao pedido de Virgil Sollozzo para que investisse numa operação de heroína e usasse contatos políticos para a proteção da operação. Ele devia ser levado de carro até sua casa por seu guarda-costas, Paulie Gatto (um soldado no regime Clemenza) junto de seu filho, Fredo. Quando o Don descobre que Paulie não estava lá, Fredo conta-lhe que Paulie tinha ligado dizendo estar doente, naquele dia, com resfriado. O Don cruza a rua para comprar laranjas e outras frutas de um vendedor ambulante. Nessa altura, dois assassinos de Sollozzo saem das sombras com armas sacadas. Percebendo a situação, o Don tenta correr de volta para o seu Alfa Romeo, mas é baleado cinco vezes em suas coxas e braços. Fredo tenta ajudar seu pai, porém se atrapalha com sua arma e não consegue chegar a ele em tempo.

Certo de que o Don estaria morto, Sollozzo sequestra Hagen e fala par aque ele consiga que Sonny aceite o acordo sobre o tráfico. Hagen concorda, mas alerta a Sollozo de que o sicário fanaticamente leal a Don, Luca Brasi, provavelmente irá atrás de Sollozzo. Entretanto, Sollozzo não conta a Hagen que já havia ajudado a matar Brasi, anteriormente.

Assim que Hagen é liberado, Sollozzo descobre que Don Vito sobrevivera. Enfurecido, ele faz uma segunda tentativa dois dias depois. Don está no Hospital French sendo guardado por homens do regime de Tessio. Contudo, Solloza tem o tira Capitão Mark McCluskey, que já estava na jogada há muito tempo; ele prende os homens de Tessio, deixando o Don desprotegido. Infelizmente para Sollozzo e McCluskey, Michael vem visitar seu pai minutos antes do ataque ser desferido. Percebendo que seu pai está em perigo, Michael obtém o auxílio de uma enfermeira que transporta Don para um outro quarto e finge ficar de guarda do lado de fora do hospital com Enzo, o padeiro.

As lesões do ataque colocam o Don fora de ação pelos próximos três anos. Sonny serviu como cabeça interino da família, durante este tempo. Ele determinou que Paulie Gatto pegasse dinheiro de Sollozzo em troca de trair o Don, e deu ordens para que ele fosse morto. Ele também recebeu a notícia de que Tattaglia tinha matado Luca Brasi, e ordenou que os homens de Tessio matassem o sub-chefe da família, Bruno Tattaglia. Michael persuadiu Sonny a permir-lhe vingar o pai deles matando Sollozzo e McCluskey ele mesmo (Sonny).

A morte de Sonny e o retorno de Vito

Sonny fora então assassinado, forçando Vito a retomar seu comando. Ele ordenou que todas as investigações fossem feitas, e também que a vingança não deveria ser procurada. Com o Don incapacitado, as outras famílias tentaram dominar os interesses de negócios dele, bem como seus desvios financeiros. Com o retorno do Don, famílias rivais agora começaram a reconsiderar seus movimentos.

Após o funeral de Sonny e outras formalidades, Vito deu ordens para que Hagen contatasse Emilio Barzini, o segundo chefe mais poderoso da Máfia no país, de modo a congregar um encontro de cabeças (chefes) de todas as famílias da América. O encontro tomou vez na sala da diretoria de um banco de Manhattan cujo presidente era amigo próximo dos Corleone.

Nessa reunião, Vito renunciou a toda vingança sobre a morte de seu filho. Ele também disse um fraco sim para as operações de tráfico – embora tenha mencionado nunca ter acreditado nas drogas. No entanto, ele disse que apenas aceitaria isso por “razões egoístas” para que pudesse trazer Michael de volta do exílio, na Sicília.

Nesta parte, ele disse,

“Mas permita-me dizer o seguinte. Sou um homem supersticioso, uma falha ridícula, mas devo confessá-la, aqui. E, se nalgum revés, um acidente sobrevir a meu filho caçula… Se algum oficial de polícia porventura acidentalmente atirar nele… Se ele se enforcar enquanto está em sua cela prisional; se aparecerem novas testemunhas para depor contra ele, minha superstição me fará sentir que isso seria o resultado da má fé ainda carregada contra mim, por alguns dos aqui presentes. Permita-me ir mais longe. Se meu filho for atingido por um raio, culparei a algumas das pessoas aqui. Se porventura seu avião cair no mar ou seu barco afundar sob as ondas do oceano; se ele por acaso pegar uma febre fatal; se seu automóvel fosse talvez atingido por um trem – tal seria minha superstição: eu iria culpar algumas pessoas aqui de má fé, que sentem por mim.

Aposentadoria

Após o retorno de Michael, tendo vindo da Sicília, Vito instaurou-lhe nos negócios da família como um associado aprendiz. Michael aprendeu coisas de seu pai por mais de um ano. Após o casamento de Michael com a namorada anterior, Kay Adams, Vito entrou em semi-aposentadoria. Michael tornou-se o cabeça operante da família, com Vito como um consigliere informal. Michael mandou Hagen para Las Vegas, para agir como advogado da família lá e lançar as bases para um movimento planejado da maioria das operações de lá, após a morte de Vito. Clemenza e Tessio pediram permissão de rompimento para que formassem suas próprias famílias após a mudança para Las Vegas. Os guarda-costass de Michael, Albert Neri (o “Al”) e Rocco Lampone, foram escolhidos os futuros capo regentes da família. Willi Cicci também foi considerado, mas optou por ir com a família planejada de Clemenza.

Veja também: A história da Máfia em Las Vegas

Morte

Ao final do romance e também do filme, ele morre de um ataque cardíaco, enquanto brincava com seu neto Anthony, em seu jardim. Suas últimas palavras no romance são: “A vida é tão bela”. O funeral de Vito foi negócio importante, que contou com a presença de todos os outros dons, capos e conselheires de Nova York.

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